Mostra de Tiradentes

Tem cinema, mas tem muito mais

Quando chega à pequena cidade histórica, a Mostra de Cinema de Tiradentes faz com que a arte se espalhe por toda parte. E não é só a arte cinematográfica que acontece na tenda montada especialmente para o evento, na praça e no Centro Cultural Yves Alves. Diversos eventos – de literatura, artes cênicas, música e muito mais – chegam à cidade junto com a mostra.

Para abrir o calendário de eventos, acontece o Cortejo da Arte. Criado na primeira edição da Mostra de Tiradentes, o passeio musical atravessa a cidade com bandas e artistas convidados rumo à praça central. O evento também celebra o aniversário de Tiradentes, que neste ano completou 312 anos de fundação (ainda como São José del-Rei) e 298 anos de sua transformação em município.

Os responsáveis pela animação do cortejo nesta edição foram o Bloco Palhaçada de Tiradentes, os bonecões Mestre Quati de São João del-Rei, Grupo Entre & Vista, Palhaço Alegria e os personagens da Turma da Pipoca, que também acompanha os pequenos durante as exibições da Mostrinha.

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Outro evento interessante deste ano foi o lançamento do site Bravo Bravo Leilão, onde roupas, objetos pessoais, peças raras e inusitadas de artistas e personalidades são disponibilizados para leilão. O dinheiro arrecadado será revertido ao Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro.

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Marcelo Veronez apresenta seu show Não Sou Nenhum Roberto

Performance audiovisual

Geralmente, após às últimas sessões da noite, o lounge da Cine Tenda recebe performances audiovisuais. Neste ano vários artistas passaram pelo local. Quem iniciou os trabalhos foram os artistas Chico de Paula e G. A. Barulhista com a apresentação LivroE, um show que, segundo eles, segue o conceito de formação da literatura por seu viés poético. Em LivroE, os artistas recriam ambientes poéticos para gerar novos estímulos para suas relações com o mundo.

Sara Não Tem Nome, artista mineira que mistura música, artes visuais, poesias e cinema também passou pelo local e apresentou músicas de seu primeiro disco Ômega III, assim como o cantor Marcelo Veronez que fez o público cantar e dançar com o show Não Sou Nenhum Roberto – uma releitura debochada e roqueira das músicas de Roberto e Erasmo Carlos.

No mesmo local, após a apresentação do longa-metragem O Que Queremos para o Mundo?, de Igor Amin, a banda Casa da Árvore, apresentou ao vivo a música Polifonia do Amor, trilha sonora original do filme selecionado para a Mostrinha.

Ontem o palco foi de Di Souza. Autointitulado “cantautor de primeira viagem”, o artista é compositor, multi-instrumentista, diretor musical, arranjador e maestro carnavalesco. Ele comanda os blocos Então, Brilha! e Pisa na Fulô, primeiro bloco de carnaval com bateria de forró. Hoje, quem se apresenta é Dolores 602, que faz com que a poesia se relacione com aspectos de brasilidade e a música do mundo, do rock ao MPB. Pelo palco ainda passam o violeiro Gustavito, e Daniel Nunes, com o projeto Lise.

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Trecho da apresentação Antes Solo do Malacompanhado

Ao ar livre

A estrutura montada na principal praça da cidade também recebe vários eventos. Neste ano, aconteceu a primeira edição da Mostra Valores, que tem como foco principal a população local de Tiradentes. Neste primeiro ano foi montada uma exposição fotográfica que destaca os idosos do Abrigo Tiradentes. Na tarde de ontem (26), os fotografados na exposição estiveram no local.

A praça também é o lugar onde as crianças encontram mais um lugar para se divertir na cidade. Tendo como tema a Turma da Pipoca, a praça ficou mais colorida e tem brinquedos como amarelinha e outros do gênero.

Também há espaço para o teatro, que toma a praça durantes as tardes. Neste ano, o grupo Cia. Circunstância apresentou o espetáculo Antes Solo do Malacompanhado.

Mostra de Tiradentes

A Mostra de Cinema de Tiradentes abre o calendário audiovisual no Brasil e acontece na cidade histórica de Tiradentes até o próximo dia 30 de janeiro. Com uma programação variada e gratuita, apresenta o que há de novo no cinema contemporâneo brasileiro.

Fotos: Leo Lara | Universo Produções

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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