Crítica | Streaming e VoD

Ted

(Ted, EUA, 2012)

Comédia
Direção: Seth MacFarlane
Elenco: Mark Wahlberg, , Mila Kunis, Seth MacFarlane, Joel McHale, Giovanni Ribisi, Patrick Warburton, Matt Walsh, Jessica Barth, Patrick Stewart, Norah Jones, Sam J. Jones, Tom Skerritt
Roteiro: Seth MacFarlane, Alec Sulkin, Wellesley Wild
Duração: Duração 106 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Cartoon Network. Entre as séries animadas criadas pelo canal de desenho animados, alguns títulos começaram a chamar a atenção. Com personagens estranhos e um humor afiado, A Vaca e o Frango, O Laboratório de Dexter e Johnny Bravo fizeram sucesso entre os outros. Na redação contavam com uma pessoa que iria realmente mudar a história do humor em séries televisivas: Seth MacFarlane.

Ao assumir desenhos mais adultos, como American Dad ou Uma Família da Pesada, MacFarlane foi definindo-se e liberando-se. Seu humor não esbarrava mais em problemas de classificação indicativa e ele podia expor a sociedade americana com muito mais acidez. Leitor perspicaz dessa sociedade, ele consegue unir em suas famílias animadas traços comuns e incômodos, preconceitos, ignorâncias e dependências.

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Desconhecedor da expressão politicamente correto, o roteirista é um dos grandes nomes do momento. Escolhido como o apresentador da próxima cerimônia do Oscar, ele dirigiu seu primeiro longa no ano passado e parece ter agradado.

Ted é um filme divertidíssimo que conta a história de John Bennett, um menino judeu super impopular que só interagia com outras crianças durante as sessões de bullying que sofria. Em um natal ele ganha dos pais um ursinho de pelúcia grandão e faz um pedido para que ele seja o seu melhor amigo da vida toda. O pedido é atendido, o urso ganha vida e eles se tornam inseparáveis.

O tempo passa e o urso que, claro, tinha virado uma celebridade por ser um bicho de pelúcia com vida, vira colega de quarto de John. Mesmo passando os dias fazendo nada e consumindo drogas entre festas e morgações, o humano da relação consegue arrumar um emprego e uma namorada, que espera pacientemente por um pedido de casamento. Tudo vai bem até que Ted comece a sentir-se ameaçado pelo relacionamento do amigo e comece a atrapalhar as coisas.

A ideia de um urso gigante falando na tela parece não fazer nenhum sentido e acabou afastando muita gente das salas de projeção à época do lançamento. Até quem conhece os seriados de MacFarlane e já sabe da tendência do escritor em integrar a seus núcleos familiares criaturas estranhas que se comportam como humanos, ficou um pouco com o pé atrás. Bobagem.

A resistência acaba logo nos primeiros minutos do filme. A narração inicial, lembra os filmes de natal e cenas como a dos pais conhecendo Ted são impagáveis. Claro que entre muitas risadas, algumas coisas podem ser excessivas e incomodar a uns ou a outros. No humor que se faz hoje em dia estamos sujeitos a isso, mas o resultado é bem equilibrado.

O filme é uma crítica interessante à adolescência eterna que muitos assumem como ideal, avessos a compromissos e projetos de vida e bem apegados a um passado que já não existe e um presente divertido que não leva ninguém a lugar algum. Além disso, chega até a ser uma história comum, mas bonitinha, de amizade e é cheio de referências deliciosas aos anos 80 e a filmes de sessão da tarde. E, o mais importante, faz rir. Muito.

Um Grande Momento:
Contando para os pais sobre o pedido.

Ted

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=vt5XmhP8qkU[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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