Crítica | FestivalFestival do Rio

Sol a Pino

(Zvizdan, HRV/SRB/SVN, 2015)

Drama
Direção: Dalibor Matanic
Elenco: Tihana Lazovic, Goran Markovic, Nives Ivankovic, Stipe Radoja, Dado Cosic Trpimir Jurkic, Slavko Sobin
Roteiro: Dalibor Matanic
Duração: 123 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Guerras são sempre tristes, mas um dos eventos bélicos marcantes dos últimos tempos foi a guerra entre sérvios e croatas. Com a queda do comunismo e o enfraquecimento da antiga Iuguslávia, movimentos de independência começaram a ganhar corpo. Grupos étnicos ocupavam o mesmo espaço, mas uma campanha violenta de ódio fez com que vizinhos e amigos de uma vida voltassem-se uns contra os outros.

Sol a Pino volta a esta guerra horrível e em episódios demonstra as consequências do conflito nessa sociedade. São três histórias de amor com dez anos de separação entre elas: 1991, 2001 e 2011.

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Por meio das histórias acompanhamos o início da guerra e a quebra de relações estabelecidas anteriormente, a raiva e a mágoa destinada às pessoas erradas após o fim do conflito, e o preconceito que segue por todos os anos da história, mas tem sua definição maior no último episódio.

É interessante como Dalibor Matanic, diretor e roteirista do longa-metragem, conta a história através de sentimentos que se opõe àqueles que levam à guerra. O fato de usar os mesmos atores para encenar todos os casais protagonistas, alternando posições e etnias também é curioso e dá ao filme uma sensação de impessoalidade fundamental para o objetivo da história.

Além das boas atuações do casal de atores Tihana Lazovic e Goran Markovic, com destaque para a jovem Tihana, Sol a Pino ainda conta com uma fotografia interessante e cheia de momentos inspirados de Marko Brdar. Porém perde um pouco da força na rápida e dispensável tentativa de ligar suas histórias.

Ao final do filme, fica a tristeza por saber que o ser humano chega a pontos tão absurdos e provoca situações tão avessas à capacidade de pensar. Além da constatação de que, independente de onde se tenha nascido e da descendência étnica, em uma guerra, todos sofrem da mesma forma e, absolutamente todos saem perdendo, por muito tempo.

Um Grande Momento:
Deixando rolar.

Sol-a-pino_poster

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=pcWDMgipJ78[/youtube]

[Festival do Rio 2015]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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