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Shaun, o Carneiro – O Filme

(Shaun the Sheep Movie, GBR/FRA, 2015)

Animação
Direção: Mark Burton, Richard Starzak
Roteiro: Nick Park (personagens), Mark Burton, Richard Starzak
Duração: 85 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

No início dos anos 80, o jovem Nick Park terminava seu projeto de fim de curso quando o foi convidado por Peter Lord, dono do estúdio Aardman Animations, para integrar a equipe. O projeto era o curta Wallace & Gromit: Dia de Folga, lançado pelo Canal 4 e indicado ao Oscar de melhor curta-metragem de animação.

Depois do sucesso, outras animações em stop-motion com modelagem em massinha, foram produzidas, todas com características muito particulares, que determinaram o estilo do estúdio para o mundo. Entre elas, um curta-metragem ganhou notoriedade. Era Tosa Completa, onde o carneiro Shaun aparece pela primeira vez.

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Além de ganhar um Oscar, o curta rendeu um spin-off, o seriado televisivo animado Shaun, o Carneiro. Exibido pela BBC, no Reino Unido, e pela Nickelodeon e TV Cultura, no Brasil. A boa audiência garante a permanência no ar dos curtos episódios há nove anos e acabou virando o longa metragem Shaun, o Carneiro – O Filme, que, além de estar na lista das principais premiações do ano, garantiu uma vaga entre os indicados a melhor animação no Oscar 2016.

Dirigida por Mark Burton e Richard Starzak, que também assinam o roteiro, a animação mantém o espírito da série televisiva, apostando no lúdico e com uma determinação bem clara de seu público alvo, apesar de também conquistar os adultos.

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No filme, acompanhamos o dia-a-dia sem graça na fazenda, com muitas tarefas repetitivas e pouca diversão. Shaun, o líder do rebanho de ovelhas, tem uma ideia para mudar a rotina e viver um “dia de patrão”.

As coisas acabam saindo do controle e ele, agora na cidade grande, vai tentar consertar todo o estrago que fez, contando com a ajuda do cachorro Bitzer, de seu fiel rebanho e de uma cadelinha de rua.

A ausência de diálogos faz com que muito do que se vê na tela relembre as antigas comédias pastelão, muito mais visuais e corporais do que textuais. O carisma dos personagens e a boa distribuição da ação chamam a atenção dos pequenos, e as muitas referências cinematográficas, dos adultos.

Além de tudo, o excelente trabalho com a técnica do stop motion, qualidade inquestionável dos estúdios Aardman, é um deleite para os olhos. Reconhecer os traços e movimentos de todo o universo criado por Nick Parker e Peter Lord dá um charme todo especial ao longa animado.

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E não há como ficar alheio a tudo que se vê na tela e não se envolver com as muitas tentativas atrapalhadas do curioso e divertido Shaun, sempre torcendo para que ele chegue onde deseja. Os diretores também fazem questão de deixar a emoção fluir solta, sem apelações e manipulações, mas optando sempre pela simplicidade.

Shaun, o Carneiro é um filme para toda a família, que consegue, sem muitas invenções, contar a sua história e divertir quem o assiste.

Um Grande Momento:
Esperando no banco.

Oscar-logo2Oscar 2016 (indicações)
Melhor Animação

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Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=bH7zWos6o4Y[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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