Crítica | Streaming e VoD

O Chamado

(The Ring, EUA/JAP, 2002)

Terror

Direção: Gore Verbinski

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Elenco: Naomi Watts, Martin Henderson, David Dorfman, Brian Cox, Daveigh Chase, Jane Alexander

Roteiro: Kôji Suzuki (livro), Hiroshi Takahashi (roteiro original japonês), Ehren Kruger (roteiro)

Duração: 115 min.

A Globo, aproveitando a audiência do Big Brother, acabou de reexibir uma das produções de terror de maior sucesso dos últimos tempos. Assisti ao filme, pela primeira vez, há muito tempo, por causa do meu irmão Paulo, que me indicou e disse que era imperdível.

Peguei o dvd na locadora e fui conferir a história de uma jornalista que, após a bizarra morte da sobrinha, resolve investigar uma lenda urbana que parece ter relação com o acontecido. Segundo a lenda, todas as pessoas que assistem a uma determinada fita de vídeo, recebem uma ligação e morrem, misteriosamente, sete dias depois.

O filme é uma refilmagem do primeiro filme da trilogia japonesa Ringu. Seguindo a tradição das refilmagens estadunidenses, o filme é fiel até demais ao original, mas conta com efeitos mais elaborados, atuações melhores e uma qualidade técnica maior também.

O roteiro é completamente cheio de buracos, mas são tantos que parece ser uma tática de criação e que, por incrível que pareça, acaba funcionando. A fotografia de Craig Wood é muito interessante, assim como todo o trabalho da direção de arte, de Patrick M. Sullivan Jr.

Apesar dos elogios, quando o filme terminou achei tudo aquilo uma grande bobagem. Talvez porque eu prefira filmes de suspense psicológico e não goste tanto de filme com fantasmas assassinos traumatizados. Mesmo tendo uma qualidade técnica superior, achei engraçadas todas as histórias de pessoas que haviam saido impressionadas do filme.

A minha idéia do filme durou até a hora de deitar. Ainda achando o filme bobo, assim que fechei os olhos visualizei uma cena do filme. Tentei pensar que era bobagem e que filmes de terror não me impressionavam desde minha adolescência. Pois não é que não consegui dormir… Era fechar os olhos e ver a tal cena novamente.

Para piorar as coisas, (porque quando estamos com medo sempre tem alguma coisa que nos assusta muito mais) da cozinha eu ouvi o maior barulhão de água. Era só uma daquelas bolhas que dão no garrafão de 20 litros de vez em quando, mas até eu realizar que era isso, meu coração quase parou umas três vezes.

Depois de muito tempo, ainda lembrando da sensação pós-filme, resolvi assistir à reprise de hoje da Globo. Minha idéia era entender porque tantas pessoas acharam que se tratava de um filme bobo e acabaram impressionadas momentos depois. Cheguei a uma conclusão, que não sei se é a verdadeira. Acho que as imagens da fita são jogadas de tempos em tempos. É como se o cérebro visse e, quando estivesse esquecendo, visse de novo. Mas isso entre várias outras imagens e acontecimentos bem diversos.

Isso ou não. Assim que o filme acabou, vim escrever. E aqui estou eu, com medo de novo…

Quem gosta de ficar tomando sustos, pode ficar mais feliz com outras produções do gênero. Indicado para quem gosta de filmes de terror e que, desde a infância, não fica impressionado com as coisas que vê.

Um Grande Momento

A fita.



Prêmios e indicações
(as categorias premiadas estão em negrito)

MTV: Filme, Vilã (Daveigh Chase)

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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