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Moana: Um Mar de Aventuras

(Moana, EUA, 2016)
Animação
Direção: Ron Clements, Don Hall, John Musker, Chris Williams
Roteiro: Jared Bush
Duração: 107 min.
Nota: 8 ★★★★★★★★☆☆

Desde sempre, as animações colocam personagens femininas como protagonistas das suas histórias. Moana: Um Mar de Aventuras segue esta tendência. A começar pelo próprio título do filme que já coloca em evidência ao redor de quem gira a trama.

Moana Waialiki é a filha do chefe, como ela mesma intitula o pai, de uma ilha do Pacífico. Desde pequena, conhece a história de como o coração da deusa Nefiti foi retirado pelo semideus Maui despertando a fúria de um demônio. Desta forma, a natureza, que foi sempre generosa com os habitantes da região provendo abundância em alimentos, passou a viver em desequilíbrio, como se estivesse amaldiçoando a todos.

Foi também na infância, que Moana começou a manifestar a sua incontrolável atração pelo mar. Apesar da proibição de qualquer habitante da ilha navegar além de uma certa distância, Moana, com aumento de escassez de comida, não encontrou outra alternativa a não ser se lançar ao mar na aventura de encontrar Maui, com isso desfazer a maldição, colocando as coisas em ordem na ilha.

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Moana é uma das mais empoderadas personagens da Disney. Diferente de outras, ela não é uma princesa. Recusa-se ser chamada desta forma por Maui e rebate todos os argumentos dados por ele para justificar o porquê dela se parecer desta forma.

O contraste entre Moana e Maui é um dos temas principais da história. O semideus é forte e poderoso, egocêntrico, vive se gabando das suas conquistas. Já Moana, é uma garota sem nenhum poder externo especial que enfrenta diversas situações apenas com a coragem e o desejo de salvar o seu povo. Ela não tem receio de demonstrar as suas características humanas como dúvidas e medo, o que só enriquece a composição da personagem.

Em termos técnicos, é impossível ficar indiferente ao visual do filme. A criação dos cenários da animação é impecável. Há momentos em que a personagem navega sozinha pela imensidão do mar em seu veleiro, que podem fazer com que alguns espectadores se lembrem do filme “As Aventuras de Pi” de Ang Lee.

As cores vibrantes da ilha, a reprodução do fundo do mar e do demônio furioso, e a mudança da luminosidade da água de acordo com o passar das horas são elementos que colocam esta animação um passo à frente de outras produções da Disney, incluindo “Frozen: Uma Aventura Congelante”, que é um dos, senão o maior, sucesso da Disney dos últimos tempos.

O que talvez fique devendo em Moana: Um Mar de Aventuras é o apelo musical. As suas canções não são tão tocantes quanto as de Rei Leão e nem grudentas como as de Frozen, e isto deixa cansativos os diversos momentos musicais da história. O que, de forma alguma, tira o mérito deste filme que, além de ser uma bonita metáfora sobre como homem tem desequilibrado a natureza, é mais um avanço na representatividade de personagens femininas no universo cinematográfico.

Um Grande Momento:
“Você não consegue.”

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Mila Ramos

“Soteropaulistana”, publicitária, amante das artes, tecnologia e sorvete de chocolate. O amor pela Sétima Arte nasceu ainda criança, quando o seu pai a convidava para assistir ao Corujão nas noites insones. Apaixona-se todos os dias e acredita que o cinema é capaz de nos transportar a lugares nunca antes visitados. Escreve também no Cartões de viagens imaginárias.
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