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Meu Namorado É um Zumbi

(Warm Bodies, EUA, 2013)

Comédia
Direção: Jonathan Levine
Elenco: Nicholas Hoult, Teresa Palmer, Analeigh Tipton, Rob Corddry, Dave Franco, John Malkovich, Cory Hardrict, Daniel Rindress-Kay, Vincent Leclerc
Roteiro: Isaac Marion (romance), Jonathan Levine
Duração: 98 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Histórias de zumbis não faltam no cinema e na televisão. Desde que surgiram, esses comedores de cérebro já apareceram em várias versões. Em sua grande maioria são cadáveres ambulantes que vagam com seus trapinhos molambentos sem rumo certo pelo mundo. Sem pensar ou sentir, transmitem o vírus que os fez voltar à “vida” e caçam seres humanos. Geralmente, as histórias não são sobre eles, mas sobre aqueles que os matam ou fogem deles.

Em Meu Namorado É um Zumbi a coisa é bem diferente. Quem conta a história é R, o morto-vivo. O fato de acompanharmos tudo por uma perspectiva desconhecida, o ponto de vista de um zumbi, é o grande trunfo do filme que estreia nesta sexta-feira nos cinemas brasileiros.

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R não sabe há quanto tempo é um zumbi. Ele sente falta das conexões humanas e passa os dias pensando em sua condição e colecionando objetos antigos que encontra durante suas caçadas. Como outros da sua “espécie”, ele mora em um aeroporto abandonado. É lá que quase conversa com seu melhor amigo e onde guarda a coleção de objetos que lembram a humanidade perdida.

De vez em quando, os zumbis se reúnem e partem para a cidade em busca de carne fresca. Em uma destas saídas R conhece Julie e as coisas começam a mudar dentro dele. Literalmente.

Dirigido por Jonathan Levine, o filme mistura humor e romance de uma maneira contagiante. A ingenuidade do roteiro, incomum nos dias de hoje, chega a causar algum estranhamento nos primeiros momentos e parece que nunca vai levar a nada além de um romance bobinho e água com açúcar, mas à medida que a trama se desenvolve e a ação vai tomando fôlego, o difícil é não torcer pelo casal inusitado.

Além do romance, o filme tem bastante adrenalina já que para “sobreviver” os zumbis precisam resistir tanto aos ataques de humanos quanto a um novo tipo de ameaça, os esqueléticos, um tipo de morto-vivo ainda menos humanizado, e ganha pontos com as recordações pop colecionadas por R, que incluem a coleção de vinis clássicos que justificam parte da deliciosa trilha sonora.

Como sempre, há uma interessante comparação dos tempos assolados pela infestação zumbi com os tempos atuais, onde conexão não é exatamente uma realidade, e um toquezinho na questão do preconceito e do medo que as pessoas costumam sentir do que é desconhecido, mas tudo muito en passant. O que fica mesmo do filme é a diversão que ele proporciona.

Entretenimento garantido com boas risadas, suspiros e alguma torcida.

Um Grande Momento:
Uma linda mulher.

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Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=PmZC-xnAdEs[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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