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Cães Selvagens

(Dog Eat Dog, EUA, 2016)
Ação
Direção: Paul Schrader
Elenco: Nicolas Cage, Willem Dafoe, Christopher Matthew Cook, Paul Schrader, Louisa Krause, Melissa Bolona, Reynaldo Gallegos
Roteiro: Roteiro
Duração: 93 min.
Nota: 4 ★★★★☆☆☆☆☆☆

Adaptado do romance homônimo de Edward Bunker, o novo filme do veterano Paul Schrader, Cães Selvagens, parte de uma ideia no mínimo curiosa: como seria a vida daqueles gângsters icônicos do cinema nos dias de hoje.

Em seu noir neon pink, o famoso roteirista de Touro Indomável e Taxi Driver cria uma atmosfera frenética e pra lá de kitsch para contar a história de três mafiosos recém libertados da prisão. Troy é aquele que se acha o mais inteligente e faz a linha elegante; Mad Dog é um drogadão completamente descontrolado, e Diesel é o grandalhão bobo de pavio curto e coração mole.

Muitas drogas e tiros mesclam-se à alternância de cores, entre paletas pouco confortáveis e o preto e branco, com um excesso de luz constante. Tudo é propositalmente exagerado em Cães Selvagens e o efeito disso, até funcional de início, é o cansaço.

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Diferente do parceiro de longa data, Martin Scorsese, Schrader não consegue fazer seu filme sobreviver ao excesso. Dog Eat Dog, no original, expõe a euforia extrema, mas não contagia, e, ao contar assim sua história, cansa. Embora tenha uma intenção válida por trás de tudo, não consegue empolgar para levar o público ao delírio junto com os personagens.

Recheado de referências cinéfilas, com muito de James Cagney e Humphrey Bogart na tela, há pouca coisa a ser feita pelos esforçados William Dafoe e Nicolas Cage por seus personagens. Em pouco tempo, a única vontade é que eles desapareçam logo.

Mas o longa tem os seus momentos, tanto na construção de ambientes como em algumas cenas específicas, como quando o mais carismático dos três personagens foge.

Bem intencionado e autêntico, Cães Selvagens é um filme exagerado, cansativo e esquecível. Muito investimento para pouco resultado.

Um Grande Momento:
Sendo samurai.

Próximas sessões no Festival do Rio:
14/10, às 13h, no Roxy 1
14/10, às 18h50, no Roxy 1
16/10, às 22h15, no Estão Net Botafogo 1

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Links

IMDb
https://www.youtube.com/watch?v=Pt0FkSTyffs

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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