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Creepy

(Kurîpî: Itsuwari no rinjin , JAP, 2016)
Suspense
Direção: Kiyoshi Kurosawa
Elenco: Hidetoshi Nishijima, Yûko Takeuchi, Masahiro Higashide, Teruyuki Kagawa, Haruna Kawaguchi
Roteiro: Yutaka Maekawa (romance), Chihiro Ikeda, Kiyoshi Kurosawa
Duração: 130 min.
Nota: 8 ★★★★★★★★☆☆

O diretor japonês Kiyoshi Kurosawa (Para o Outro Lado) tem uma filmografia curiosa, que alterna entre o drama, o suspense, o terror e a ficção científica. Bom contador de histórias sabe como compor seus quadros e manter o interesse nas histórias que conta. Por isso, deve-se aproveitar quando um filme do realizador chega aos cinemas, como é o caso de Creepy.

O longa-metragem conta a história de Takakura, um investigador que decide deixar a polícia. Para afastar-se do antigo emprego, ele começa a dar aulas de psicologia criminal em uma faculdade e, junto com a esposa, Yasuko, muda-se para uma nova casa. Embora estejam felizes com o recomeço da vida, os dois se assustam com a vizinhança pouco receptiva. Um vizinho em especial os assusta mais que os outros, o esquisito Nishino.

Enquanto a vida em casa segue, Takakura parece um pouco deslocado no novo trabalho. Nos momentos em que não está dando aula, busca alguma coisa para fazer. Em uma dessas procuras, encontra um caso não solucionado do desaparecimento de uma família, que deixou para trás uma menina. Ele tenta não se envolver, mas acaba se rendendo à investigação.

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Embora seja previsível, Creepy consegue deixar o espectador ansioso pelos próximos acontecimentos da trama. O destempero de alguns personagens, a falta de ação de outros, e posturas dúbias, dão um sabor especial ao filme, que aposta ainda no medo do desconhecido, do que é estranho.

E é justamente nesse medo, tão comum nos dias de hoje, onde vizinhos mal se cumprimentam, que Kurosawa encontra a primeira identificação para iniciar a construção de seu thriller. Envolvido, o espectador segue a trama.

O envolvimento, pela identificação, vontade de saber o desfecho ou pelo apreço a thrillers, é mantido com bastante consciência pelo diretor, seja no momento exato de inserir a trilha sonora, na composição da cena ou na distribuição das sequências.

O conjunto faz com que a falta de profundidade dos personagens, muitos relegados a papéis satélites que pouco acrescentam, e a facilidade de algumas situações sejam relevadas. O que se sobrepõe é a tensão que a história provoca.

Creepy é um filme que merece ser visto, principalmente por quem gosta de filmes de investigação criminal.

Um Grande Momento:
Em busca de uma nova casa.

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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