Crítica | Streaming e VoD

Cada um Tem a Gêmea que Merece

(Jack and Jill, EUA, 2011)

Comédia
Direção: Dennis Dugan
Elenco: Adam Sandler, Al Pacino, Katie Holmes, Elodie Tougne, Rohan Chand, David Spade
Roteiro: Steve Koren, Adam Sandler, Ben Zook
Duração: 91 min.
Nota: 1 ★☆☆☆☆☆☆☆☆☆

Entre os maiores mistérios do cinema há um bastante perturbador: por que Al Pacino aceitou participar de Cada um Tem a Gêmea Que Merece, onde Adam Sandler, não satisfeito com sua presença em um filme, faz também o papel de sua irmã gêmea? É uma coisa tão absurda e tão fora de propósito que chega a ser quase inacreditável.

O filme segue a risca todo o padrão Sandler de produções. Uma trilha sonora legal, piadas de péssimo gosto e muita, muita, muita exposição do ator, que mais uma vez é casado com uma mulher bonitona e tem uma família que se contrapõe ao seu trabalho, como em Click.

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No feriado de fim de ano, Jill, o Sandler irmã, vai passar uns dias na casa de Jack, o Sandler irmão. Sem jeito, pela solidão em que vive, ela não consegue se relacionar muito bem com outras pessoas. É inconveniente e, mesmo sem querer, está sempre envergonhando o irmão, que não a suporta.

Ele é um publicitário que precisa fechar uma campanha com Al Pacino, mesmo sabendo que ele jamais aceitaria fazer um comercial daquele tipo. Mas, para salvação de Jack, Al se apaixona à primeira vista por Jill.

Nada faz muito sentido no roteiro, cheio de encontros forçados, repetições de vários outros filmes e uma preguiça na construção dos personagens que não sejam os vividos por Sandler. Como se fosse um filme feito só para o comediante, no qual ele teve o luxo de ter Al Pacino fazendo um papel desimportante e inexpressivo, para que ele aparecesse ainda mais.

As cenas com Pacino são realmente vergonhosas. Ele atendendo o celular no meio da peça, disfarçado no jogo de basquete ou aparecendo no restaurante fantasiado de Dom Quixote são de um mal gosto difícil de entender. E não dá para falar que seja algo inesperado que surgiu com a montagem, já que a cena era aquela mesma.

Uma daquelas coisas que a gente não vai conseguir entender nunca.

Quanto ao filme, é completamente dispensável, mas pelo menos só tem o Rob Schneider em uma citação. Fãs de Sandler podem gostar.

Um Grande Momento:
Não há.

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Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=3reaig6iiuQ[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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