Crítica | Streaming e VoD

Azul É a Cor Mais Quente

(La vie d’Adèle, FRA/BEL/ESP, 2013)

Drama
Direção: Abdellatif Kechiche
Elenco: Adèle Exarchopoulos, Léa Seydoux, Salim Kechiouche, Aurélien Recoing, Catherine Salée, Benjamin Siksoz, Mona Walravens, Alma Jodorowsky, Jérémie Laheurte, Anne Loiret, Benoît Pilot, Sandor Funtek
Roteiro: Julie Maroh (história em quadrinhos), Abdellatif Kechiche, Ghalia Lacroix
Duração: 179 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Azul É a Cor Mais Quente é, acima de tudo, uma história de amor. O filme do diretor Abdellatif Kechiche fala do relacionamento entre duas mulheres e retrata o universo particular da jovem Adèle: seus medos, descobertas e desejos, mas é na tórrida paixão que está realmente interessado.

Apesar de se distanciar um pouco de sua inspiração original, a ideia do filme nasceu a partir da história em quadrinhos ‘Azul é a Cor Mais Quente”, criada por Julie Maroh.

Apoie o Cenas

Adèle é uma estudante e está passando pelas descobertas da adolescência. Desde que cruzou com uma garota de cabelos azuis na rua, os seus dias e noites passaram a ser povoados pela imagem da desconhecida, e um misto de desejo e angústia por não compreender exatamente todas as sensações que aquele “encontro” despertou. A vida da jovem começa, então, a girar em torno da busca por este entendimento e culmina na inevitável paixão que nasce entre ela e Emma.

Azul É a Cor Mais Quente é dividido em duas partes. A primeira, mostra a fase de descobertas de Adèle e o começo da história com Emma; a segunda, os rumos que o relacionamento entre elas toma. Kechiche é cuidadoso ao retratar os acontecimentos na vida de Adèle e toda sua agitação emocional.

O diretor não tem pressa e expõe quadro a quadro os dias de Adèle. O espectador a acompanha durante as aulas e durante as refeições familiares. Presencia a tentativa de romance com um garoto e o primeiro encontro dela com Emma. Kechiche é sensível ao transmitir o temor da jovem em assumir, principalmente para si mesma, a paixão por outra mulher. Tudo está em seu lugar. Até mesmo as tão comentadas cenas de sexo que, longas e polêmicas, representam bem a paixão e o sentimento de urgência do casal.

Se na primeira parte predomina um ritmo cadenciado, o mesmo não pode ser dito da segunda parte. Falta naturalidade às passagens de tempo, além de algumas situações não serem tão bem desenvolvidas.

Apesar dos problemas, o diretor acaba sendo ajudado pelas atuações. Adèle Exarchopoulos é hipnotizante. Difícil ficar imune à sua presença na tela, não apenas pela sua beleza, mas principalmente pela sua entrega ao papel. Apesar de não ter o mesmo brilho que a parceira de cena, Léa Seydoux também se destaca.

O mérito de Azul É a Cor Mais Quente, no final das contas, é o de ser uma história de amor independente da orientação sexual dos amantes. Apesar das particularidades da relação entre Adèle e Emma, o que importa é mostrar o afeto, a dor, as nuances e os altos e baixos. A felicidade e a tristeza fazem parte dos relacionamentos. Não é assim em qualquer história?

Um Grande Momento:
Na cafeteria.

Azul-e-a-cor-mais-quente_poster

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=v=3qxWpl-_PQo[/youtube]

Mila Ramos

“Soteropaulistana”, publicitária, amante das artes, tecnologia e sorvete de chocolate. O amor pela Sétima Arte nasceu ainda criança, quando o seu pai a convidava para assistir ao Corujão nas noites insones. Apaixona-se todos os dias e acredita que o cinema é capaz de nos transportar a lugares nunca antes visitados. Escreve também no Cartões de viagens imaginárias.
Botão Voltar ao topo