Crítica | Streaming e VoD

Anna Karenina

(Anna Karenina, GBR, 2012)

Drama
Direção: Joe Wright
Elenco: Keira Knightley, Aaron Taylor-Johnson, Jude Law, Matthew Macfadyen, Domhnall Gleeson, Alicia Vikander, Kelly MacDonald, Olivia Williams
Roteiro: Leon Tolstoi (romance), Tom Stoppard
Duração: 129 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Se há uma coisa que Joe Wright sabe como fazer é impressionar visualmente com seus filmes. Cores, luzes, quadros, figurinos, locações e cenários são milimetricamente pensados para alcançar a perfeição e ele quase sempre consegue chegar lá.

Em sua adaptação de Anna Karenina, um dos livros mais importantes da literatura mundial, ele não faz diferente e assume um projeto muito mais ousado ao transportar toda a trama para dentro de um teatro, aproveitando o espaço e as possibilidades mecânicas de mudanças cênicas para compor aquele universo. O que poderia parecer estranho, surpreende positivamente desde a primeira alteração e encanta os olhos.

Apoie o Cenas

Porém, se por um lado as muitas idas e vindas de cenários e marcações de cena fascinam, tanta informação visual acaba comprometendo a história contada. Em um primeiro momento, falta atenção na trama, mas o costume com a estética e principalmente a força do texto de Leon Tolstói acabam sobressaindo-se e o filme consegue ser muito mais do que uma boa experiência visual.

A história é conhecida. Anna Karenina é uma dama da aristocracia czarista, casada com um político e mãe de um jovem garoto, que se apaixona perdidamente por Alexei Vronski, um oficial, e resolve largar tudo para viver sua paixão. Essa história de amor é cercada de outras histórias, como as do infiel Oblonski, irmão de Anna; da jovem Kitty, abandonada por Vronski, e do apaixonado Levin.

Ainda que nem todas as histórias consigam evoluir homogeneamente, algumas com mais dedicação que as outras, a trama se desenvolve satisfatoriamente e é difícil não se envolver com a história da Anna e esse retrato da paixão, daquele sentimento que faz as pessoas agirem sem pensar e está longe de ser determinado pela época, idade ou nacionalidade.

Entre as qualidades do filme, não se pode ignorar o bom elenco, com destaque para a jovem Alicia Vikander no papel de Kitty e Jude Law, que dá vida a Alexei Karenin, com seu desespero contido. Aaron Taylor-Johnson também não decepciona como o jovem amante, ainda que talvez não seja o nome mais indicado para vivê-lo, assim como Keyra Knightley. Sempre bela e fofa, atributos insuficientes para uma verdadeira Anna Karenina, a musa de Wright acabou ficando com o papel, mas falta força à sua interpretação.

No fim das contas, entre prós e contras, Anna Karenina é eficiente e traz uma boa história, contada de maneira apaixonada por atores dedicados e um diretor inspirado. Além disso, vai ser uma experiência visual que dificilmente vai ser esquecida. Só por isso já valeria uma conferida.

Um Grande Momento:
O baile.

Logo-Oscar1Oscar 2013
Melhor Figurino (Jacqueline Durran)

Anna-Karenina

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=-cqBO6rZgQ8[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
Botão Voltar ao topo