Crítica | Streaming e VoDFestival do Rio

A Máquina de Matar Pessoas Más

(La macchina ammazzacattivi, ITA, 1952)

Comédia
Direção: Roberto Rossellini
Elenco: Gennaro Pisano, Marilyn Buferd, William Tubbs, Helen Tubbs, Giovanni Amato, Clara Bindi, Giacomo Furia, Joseph Falletta, Pietro Carloni, Camillo Buonanni, Aldo Giuffrè, Aldo Nanni, Gaio Visconti, Carlo Giuffrè
Roteiro: Giuseppe Marotta, Eduardo Marotta (história), Sergio Amidei, Giancarlo Vigorelli, Franco Brusati, Liana Ferri, Roberto Rossellini
Duração: 80 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Outra tradição de festivais de cinema é assistir a um dos filmes homenagens selecionados pela curadoria. Este ano foi a vez de Roberto Rossellini e seu delicioso A Máquina de Matar Pessoas Más. Comprovando que a injustiça nasce com o poder, o longa conta a história do fotografo Celestino e sua vontade de fazer o bem para sua pequena cidade.

O ambiente corrupto como a maioria dos lugares que conhecemos, a pequena ilha está recebendo a visita de investidores americanos que querem construir um hotel exatamente onde fica o cemitério. Além disso, o pequeno grupo dos mais ricos tentam resolver como é que será gasto o dinheiro federal que a cidade acabou de receber do governo do país, cada um puxando sardinha para o seu próprio lado, claro. Como disse, nada muito diferente do que estamos acostumados a ver em nossa querida república e em outros países por aí.

Apoie o Cenas

Com muita ironia e sarcasmo, Rossellini faz uma crítica política poderosa. Não há amor que resita ao dinheiro e nem boa intenção que resista ao poder. Quando Celestino, após uma suposta aparição de Santo André, descobre que sua máquina tem o poder de matar as pessoas, vê que pode livrar a cidade de todo o mal. Ele começa a limpeza aos poucos, mas acaba sendo contaminado e não pensa duas vezes antes de tirar suas fotos.

O bom ritmo do filme faz com que a aura cômica não se perca e nem se exceda. Mesmo com o desfile de personagens caricatos, ou com alguns exageros cênicos tradicionais da época, o que se vê na tela não se perdeu com os 62 anos de idade da obra.

O elenco conta com nomes hoje conhecidos do cinema italiano, como Clara Bindi, Giacomo Furia, Pietro Carloni e os irmãos Aldo e Carlo Guiffrè, e é uma atração à parte. Os forasteiros ganham vida através dos realmente americanos Marilyn Buferd e William Tubb.

Uma fábula atual e divertida que não decepciona nem os menos cinéfilos. Vale a pena ser visto e conhecido.

Um Grande Momento:
“Você me chamou?”

Links

IMDb

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
Botão Voltar ao topo