Crítica | Streaming e VoDFestival do Rio

A Colina Escarlate

(Crimson Peak, EUA, 2015)
Nota  
  • Gênero: Suspense
  • Direção: Guillermo del Toro
  • Roteiro: Guillermo del Toro, Matthew Robbins
  • Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston, Charlie Hunnam, Jim Beaver, Burn Gorman, Leslie Hope
  • Duração: 121 minutos

A Colina Escarlate, filme de Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno) é uma homenagem aos filmes do gênero produzidos nos anos 50 e 60. Essa aura de antigamente está presente em todos os detalhes do longa-metragem, da ambientação até a cinematografia.

No longa, Edith é uma jovem ingênua que sonha em ser escritora, mas tem em seu gênero sexual uma barreira para escrever o tipo de literatura que gostaria. Para os editores daquela época, mulheres só deveriam escrever sobre o amor e não sobre histórias sobrenaturais. A relação da jovem com o sobrenatural começou cedo, desde que sua mãe morta voltou para alertar de acontecimentos futuros, em uma cena de tirar o fôlego.

Edith mora com seu pai, o senhor Cushing, e se encanta com um jovem que se apresenta como baronete e está na cidade tentando patrocínio para uma máquina de escavação de minas. Os irmãos Sharpe, desconhecidos, ganham a afeição de vários do local, mas não conseguem enganar Carter Cushing, que descobre os segredos que levaremos algum tempo para descobrir também.

Apoie o Cenas

O desenho de produção de Thomas E. Sanders (Apocalypto), que já era estonteante em Nova York fica ainda mais deslumbrante e também sombrio na velha mansão da família Sharpe. Caindo aos pedaços, a casa está afundando na terra vermelha onde foi construída e a neve invade a sala pelo enorme buraco no teto. Como uma boa casa assombrada, tem vários cômodos, muita poeira e teias de aranha, um porão macabro, longos corredores, muitos escuros e até um elevador com porta pantográfica.

O trabalho de direção de arte de Brandt Gordon (Robocop) e cenografia de Jeffrey A. Melvin (Pompeia) e Shane Vieau (Planeta dos Macacos: O Confronto) é realmente de tirar o chapéu, mas o destaque mesmo vai para o figurino de Kate Hawley (No Limite do Amanhã), incrível principalmente na determinação das duas antagonistas femininas.

Com a técnica bem encaminhada e um trabalho muito interessante da trinca de atores Mia Wasikowska (Segredos de Sangue), Jessica Chastain (A Hora Mais Escura) e Tom Hiddleston (Os Vingadores), o filme flui bem em seus sustos e revelações, porém esbarra em uma certa superficialidade em alguns momentos.

Del Toro, que sabe conduzir bem o suspense, por vezes se antecipa e vai tentar buscar na trilha sonora aquilo que já tinha conseguido alcançar. Além de abandonar a aura sinistra de um jeito estranho quando resolve se dedicar ao relacionamento do casal com a irmã. Como se não conseguisse levar as duas histórias ao mesmo tempo.

Isso torna a experiência um pouco frustrante e talvez enfraqueça o desfecho do filme, mas A Colina Escarlate não deixa de ser uma experiência cinematográfica positiva. Amantes do terror ficarão felizes com a homenagem àqueles filmes do passado e os demais se divertirão com o suspense da história.

Um Grande Momento:
O primeiro aviso

[Festival do Rio 2015]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
2 Comentários
Inline Feedbacks
Ver comentário
Reenlsober
Reenlsober
05/11/2015 11:42

Achei o filme muito fraco, talvez um dos piores do del Toro. Personagens que não cativam, história fraca e sustos ridículos. Não é terror, não é suspense, não é drama. Esse filme não é nada além de totalmente esquecível.

Botão Voltar ao topo