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35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Estão oficialmente iniciados os preparativos para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre de 21 de outubro a 3 de novembro, com mais de 250 títulos selecionados de vários países. Em coletiva à imprensa na manhã de hoje (8), uma das curadora da Mostra, Renata Almeida, desta vez sem seu companheiro Leon Cakoff, que não pode estar presente na mesa por seu tratamento de saúde, e os patrocinadores apresentaram a arte gráfica, elaborada por Maurício de Souza, alguns títulos selecionados e os eventos que integrarão a programação.

Apostando em um número reduzido de filmes, um consequente aumento do número de sessões, e no ineditismo dos títulos internacionais, a Mostra mantém um padrão exemplar na seleção de seus títulos e promete duas semanas de deleite aos cinéfilos da cidade.

Menos comerciais do que nas edições anteriores, os títulos selecionados vêm de grandes festivais como Cannes, Berlim e Veneza. O cinema nacional também vem forte na programação, com a tradicional Mostra Brasil e muitos longas documentais e de ficção e alguns curtas e média metragens.

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As retrospectivas são pontos altos este ano. O diretor russo Aleksei German é homenageado em uma mostra com seis títulos e o cineasta soviético Sergei Paradjanov ganha, além da retrospectiva de sua obra, uma exposição no MIS. O diretor Elia Kazan também é um dos homenageados e ganha uma mostra com dez de seus filmes, entre eles Uma Rua Chamada Pecado, Sindicato dos Ladrões e Vidas Amargas.

Kazan também está presente no documentário Uma Carta para Elia, de Martin Scorsese, que aparece no 11º livro lançado em parceria pela Cosac Naify e Mostra Internacional, Conversas com Martin. O livro vem acompanhado da versão digital restaurada de Taxi Driver.

Outros clássicos restaurados também fazem parte da programação. É o caso de 1900, de Bernardo Bertolucci; Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick; La Dolce Vita, de Federico Fellini; e O Leopardo, de Lucchino Visconti. Estes dois últimos títulos, junto com o documentário A Visita Maravilhosa de Mauro Gioia, fazem parte da homenagem a um dos maiores compositores do cinema: Nino Rota.

Outra novidade é que a Mostra não ficará restrita apenas à capital paulista. A Itinerância SESC levará dez filmes selecionados às cidades de Araraquara, Piracicaba, Sorocaba, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Carlos e Ribeirão Preto.

Além das projeções, outras atividades acontecem paralelamente à programação, como a oficina de Aton Egoyan na FAAP. Egoyan é o grande homenageado da Mostra. Membro do júri oficial desta edição, ele recebe também o Prêmio Humanidade.

Os filmes

Agora é escolher os títulos que são imperdíveis e tentar começar a montar uma lista de prioridades. Para isso, sempre é bom conhecer os destaques de outros festivais:

Muitos dos títulos selecionados estiveram presente em Cannes este ano. Dos concorrentes à Palma de Ouro, estão na Mostra Era uma vez na Anatolia, de Nuri Bilge Ceylan; Habemus Papam, de Nanni Moretti; Pater, de Alain Cavalier, e O Garoto de Bicicleta, dos irmãos Dardenne, que deve abrir o festival. Da mostra Un Certain Regard, do festival francês, chegam Elena, de Andrey Zvyagintsev; Stopped on Track, de Andreas Dresen; Hors Satan, de Bruno Dumont; Les Neiges Du Kilimandjaro, de Robert Guediguian; Oslo, 31. August, de Joachim Trier; Tatsumi, de Eric Khoo; The Day He Arrives, de Hong Sangsoo, e The Yellow Sea, de Na Hong-Jin.

O grande vencedor do Festival de Veneza, Fausto, de Aleksander Sokurov, também integra a seleção. Berlim está presente com Sleeping Sickness, de Ulrich Köhler, ganhador do urso de prata pela direção; The Forgiveness of Blood, de Joshua Marston, melhor roteiro; Un Mundo Misterioso, de Rodrigo Moreno; If Not Us, Who?, de Andres Veiel; O Futuro, de Miranda July, e The Fatherless, de Marie Kreutzer.

Entre os filmes mais esperados estão O Amor Não Tem Fim, com William Hurt e Isabella Rosselini no elenco e segunda ficção dirigida por Julie Gravas, filha do diretor Costa Gravas; A Ilusão Cômica, novo filme de Mathieu Amalric, e Sorelle Mai, de Marco Bellocchio. Assim como os documentários Caverna dos Sonhos Esquecidos, de Werner Herzog, e Como Começar o Seu Próprio País, de Jody Shapiro, e a animação Os Contos da Noite, de Michel Ocelot.

Escolhidos para representar seus países na pré-seleção do Oscar, Átmen, de Karl Markovics (Áustria); Rundskop, de Michaël R. Roskam (Bélgica); Attenberg, de Athina Rachel Tsangari (Grécia); Eldfjall – Volcano, de Rúnar Rúnarsson (Islândia); Montevideo, God Bless You!, de Dragan Bjelogrlić (Sérvia); Summer Games, de Rolando Colla (Suiça), também merecem ser vistos.

Além de muitos outros, é claro! No próximo texto, vamos falar das produções nacionais selecionadas. E que venha a Mostra!

Como participar

De 10 a 14 de outubro, das 12h às 18h, a Central da Mostra estará montada em seu lugar tradicional, no interior do Conjunto Nacional, para informações. A partir do dia 15, ela começa a funcionar até às 21h para credenciamento de convidados e vendas de pacotes e permanentes.

Os pacotes de ingressos podem ser adquiridos da seguinte forma:

  • Permanente (dá acesso a todas as sessões a qualquer horário) – R$ 390,00
  • Permanente Integral Folha (com 15% de desconto para o titular da assinatura, mediante comprovação com carteira de assinante) – R$ 331,50
  • Permanente Especial (para sessões vespertinas de 2ª a 6ª) – R$ 90,00
  • Permanente Especial Folha (com 15% de desconto) – R$ 76,50
  • Pacote de 40 ingressos – R$ 285,00
  • Pacote de 20 ingressos – R$ 165,00

Os ingressos individuais custam R$ 14,00 (inteira) e R$ 7 (meia), de segunda a quinta, e R$ 18 (inteira) e R$ 9 (meia), às sextas, sábados e domingos. Além das bilheterias das salas de exibição, os ingressos podem ser adquiridos através do site ingresso.com.

Todas as sessões no Centro Cultural São Paulo, no Cine Olido, no Cine Livraria Cultura 1 e 2 (sessões da juventude) e no Vão Livre do MASP são gratuitas.

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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